Exploro os desenhos de investigação mista da aula desta semana e descubro que o modelo exploratório sequencial é exatamente aquilo que o meu projeto já estava a pedir, mesmo antes de eu perceber.

Mais uma semana, mais uma aula de MAPDE. Nesta aula entrámos no mundo das metodologias de investigação mistas, aquele universo em que Creswell & Creswell dizem coisas muito sensatas como “a integração de dados qualitativos e quantitativos gera insights adicionais” enquanto nós tentamos perceber se também dá para integrar a nossa vontade de ir relaxar com a necessidade de entregar o plano de investigação.
Mas vá, foco.
O exercício desta semana era identificar o desenho de investigação que achei mais interessante nos estudos que li e perceber se faz sentido adaptá-lo ao meu tema.
Depois de ver todos, desde o convergente ao explanatório sequencial, houve um que piscou o olho de forma especial. (Ou talvez tenha sido eu a alucinar depois de ver diagramas a mais.)
Dados qualitativos → criação de artefacto → testes quantitativos.
De todos os modelos apresentados, este é o que bate mais certo com o que estou a construir com a minha ideia do feedback físico via tags NFC + quadro leitor. Porquê? Porque este desenho é basicamente o caminho natural do meu projeto:
Antes de construir seja o que for, tenho de falar com dinamizadores, participantes e stakeholders(NEA) para perceber:
Isto encaixa perfeitamente na primeira fase qualitativa do modelo, onde se recolhe informação para compreender o fenómeno.
E no meu caso… o fenómeno acredito ser literalmente “ninguém quer abrir formulários no final de um evento”.
Depois vem a fase mais divertida:
construir o artefacto que representa a solução — as tags NFC programáveis, o quadro leitor, as interações físicas e toda a lógica app → tag → quadro → Ser+.
É exatamente o que o slide 20 descreve: “(…)na segunda fase é desenvolvido um artefacto para ser testado(…)”. E aqui não há como fugir: a minha solução é literalmente um artefacto.
Depois vem a parte séria: testar.
E não é testar “o Nuno mexeu numa tag e funcionou”, é testar com:
Ou seja, tudo aquilo que a terceira fase pede: “testes de natureza quantitativa”.
O convergente é fixe, mas recolher tudo ao mesmo tempo não funciona aqui, eu ainda nem tenho o protótipo.
O explanatório sequencial começa com dados quantitativos, e eu não tenho números suficientes no início.
O exploratório sequencial, por outro lado, parece que foi inventado para projetos com protótipos físicos.
Aliás, no slide 21 aparece a frase: “focus groups → protótipo → testes de usabilidade”, que é exatamente o meu plano, tirado da boca do Creswell (estando ainda indeciso se quero fazer realmente um focus group ou se um questionário é suficiente).
Se isto não é um sinal, não sei o que é.
Sim. 200% sim.
O meu projeto tem ADN misto desde o primeiro minuto:
E o modelo exploratório sequencial permite-me:
Ou seja: protege-me de construir um quadro NFC lindíssimo que depois ninguém usa (um clássico dos projetos universitários).
Além disso, como diz o slide 9, o método ajusta-se ao objeto e vice-versa, e o meu objeto de estudo tem tantas camadas (tecnologia, interação, feedback, comportamento) que seria um erro gigante ficar só no qualitativo ou só no quantitativo.
Depois desta aula, percebi que a metodologia mista não era algo que eu “podia” usar, era algo que já estava a acontecer naturalmente no meu projeto:
É literalmente o que está nos slides, versão Ser+.
Se Creswell & Creswell vissem isto, davam-me um like académico.
Portanto, sim:
o desenho exploratório sequencial é, sem dúvida, o mais alinhado com a minha investigação, e é aquilo que vou adotar.
Agora vou ali pensar em quantos focus groups preciso… e quantos cafés isso vai custar.
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